Transformação de vida ou morte na mineração de Bitcoin: 70% das principais empresas mineiras passam de “minerar” para “minerar poder computacional”, centenas de milhar de milhões em capital convergem para a IA
Novembro de 2025: a indústria da mineração de Bitcoin enfrenta uma crise histórica de rentabilidade. O preço do hash (Hashprice) da rede caiu abaixo dos 35 dólares/Petahash, enquanto o custo de produção subiu para 44,8 dólares, levando o período de retorno dos equipamentos de mineração a ultrapassar, em média, os 1200 dias. Perante este cenário de sobrevivência, o setor assiste a uma transformação radical: 70% das principais empresas de mineração cotadas já obtêm receitas de infraestruturas de inteligência artificial, tendo o setor angariado mais de 6,6 mil milhões de dólares e assinado contratos de aquisição de GPUs no valor de 15,5 mil milhões de dólares. Entretanto, mineradores como a Marathon Digital (MARA) estão a acumular Bitcoin contra a maré, mantendo posições no valor de 5,6 mil milhões de dólares. Isto marca a transição da mineração de Bitcoin de um mero consumidor de energia para um fornecedor integrado de serviços de computação de alto desempenho.
Lucro em mínimos históricos: dores setoriais sob pressão dos custos e da competição de hashpower
Para os mineradores de Bitcoin, o final do outono de 2025 é especialmente rigoroso. A deterioração de dois indicadores-chave empurrou todo o setor para o limite: por um lado, o principal indicador de receitas — o preço do hash (Hashprice) — quebrou a barreira psicológica dos 35 dólares por Petahash; por outro, o custo médio de produção subiu para 44,8 dólares por Petahash. Isto significa que, para a maioria dos mineradores, cada kWh gasto resulta em prejuízo contabilístico. O efeito imediato é o prolongamento do período de retorno dos equipamentos de mineração para mais de 1200 dias, um modelo de investimento praticamente inviável.
A origem desta crise é multifacetada. Por um lado, o hashpower global atingiu um máximo histórico de 1,1 ZettaHash/s em outubro, diluindo o rendimento por unidade de hash. Por outro, o preço do Bitcoin caiu para cerca de 81.000 dólares em novembro, agravando ainda mais as receitas dos mineradores. O CEO da Marathon Digital (MARA), Fred Thiel, deixou um alerta: se a tendência se mantiver, após o próximo halving do Bitcoin em 2028 (quando a recompensa por bloco cair para cerca de 1,5 BTC), a maioria dos atuais modelos de negócio de mineração entrarão em colapso. Só sobreviverão as empresas com acesso a energia extremamente barata ou que consigam uma transição bem-sucedida para outros negócios de computação, como a IA.
Esta compressão de margens está a desencadear reações em cadeia. Mesmo para as empresas já em transição para a IA, as receitas provenientes dessa área ainda não compensam o colapso das receitas de mineração. O ambiente de financiamento também se deteriorou, com os canais tradicionais de dívida e capital a encolher devido à incerteza do negócio principal. O setor, sob enorme pressão de tesouraria, é forçado a decisões estratégicas críticas de sobrevivência: continuar “All in” em Bitcoin, mudar de rumo ou procurar um caminho de integração?
Aceleração da transição para IA: de “monstro consumidor de energia” a “pilar da computação”
Perante o declínio do negócio principal, assiste-se a uma “migração em massa” de capacidade computacional para a IA nas maiores operações de mineração mundiais. Dados mostram que, das dez maiores mineradoras cotadas, sete já obtêm receitas significativas de serviços de hosting ou computação para IA. Mais atrativo ainda é que o rendimento por megawatt destas operações de hosting de IA já supera em cerca de 50% o da mineração tradicional de Bitcoin. Não se trata apenas de diversificar, mas de reinventar totalmente o modelo de valorização do setor.
A aposta na transição é surpreendente. A Bitfarms anunciou o plano mais agressivo: abandonar completamente a mineração de Bitcoin em dois anos e converter o seu data center em Washington num centro de computação de alto desempenho, com conclusão prevista para dezembro de 2026. O CEO Ben Gagnon afirma que os retornos potenciais deste data center de IA podem superar o total histórico de receitas de mineração da empresa. Isto mostra que para algumas mineradoras, a mineração de Bitcoin deixa de ser o core, tornando-se uma rampa de acesso a serviços de computação de maior valor.
As parcerias atingem uma escala impressionante. A Iris Energy (IREN) celebrou um contrato de cloud computing de GPU com a Microsoft no valor de 9,7 mil milhões de dólares por cinco anos, já com 20% pagos antecipadamente. A empresa planeia instalar as GPUs NVIDIA GB300 nas suas instalações no Texas a partir de 2026. Outro gigante, a Hut 8, vendeu quatro centrais elétricas a gás natural no Canadá (310 MW) para simplificar ativos e focar uma estratégia dual: “mineração de Bitcoin + computação de alto desempenho”. A CleanSpark declarou objetivamente que o seu objetivo é tornar-se uma plataforma integrada para IA e mineração de Bitcoin. A transição deixou de ser uma opção, é uma questão de sobrevivência.
Capital e regulação: reestruturações de mil milhões e polarização política global
O motor desta transformação é o capital em larga escala. Uma vaga de financiamento baseada sobretudo em “notas convertíveis” varreu o setor. A CleanSpark assegurou 1,15 mil milhões de dólares a 0% de juro, a TeraWulf emitiu 1,025 mil milhões de dólares em obrigações convertíveis sem juro. A Cipher Mining emitiu notas seniores garantidas de 1,4 mil milhões de dólares a uma taxa de 7,125%. Iris Energy e Bitfarms também planearam ou completaram emissões de dívida na ordem de vários milhares de milhões. Este capital de longo prazo e baixo custo oferece “munição” vital para a transição das mineradoras.
Paralelamente, o investimento em hardware de IA tornou-se uma verdadeira “corrida ao armamento”. A Iris Energy assinou com a Dell um acordo de 5,8 mil milhões de dólares para aquisição de GPUs NVIDIA GB300. A Cipher Mining expandiu a sua parceria com a Fluidstack e obteve da Google uma garantia de pagamento de 1,73 mil milhões de dólares. Até a fabricante de miners Canaan arrecadou 72 milhões de dólares de investidores como BlackRock Digital Assets e Galaxy Digital para desenvolver computação de alto desempenho e infraestruturas energéticas. Estes contratos e investimentos mostram que o capital tradicional vê nas mineradoras em transição um veículo estratégico para aceder ao mercado de computação para IA.
Enquanto os mercados de capitais fervilham, a regulação global apresenta uma polarização acentuada. Na Malásia, o governo desmantelou cerca de 14.000 operações ilegais de mineração nos últimos cinco anos, com prejuízos de 1,1 mil milhões de dólares para a empresa estatal de eletricidade, levando à criação de uma task force dedicada em novembro. Na Rússia, operadores de redes elétricas introduziram IA em contadores inteligentes para detetar mineração ilegal. Por outro lado, o Japão lançou o primeiro projeto de mineração apoiado por uma empresa pública, visando equilibrar a carga da rede. O Presidente da Bielorrússia, Lukashenko, declarou publicamente que a mineração é uma prioridade nacional de uso de energia, podendo reduzir a dependência do dólar. Este padrão de “incentivo oriental, repressão ocidental” está a redefinir a geografia global do poder computacional.
Acumulação contracíclica: fé de longo prazo dos mineradores como “bancos estratégicos”
Apesar da pressão de tesouraria e da necessidade de transformação, um fenómeno chama a atenção: os principais mineradores cotados não só evitam vender Bitcoin para financiar as operações, como continuam a acumular. Este é o sinal mais direto de confiança no valor de longo prazo do ativo. A Marathon Digital (MARA), líder do setor, detém 53.250 BTC, avaliados em cerca de 5,6 mil milhões de dólares, tornando-se a segunda maior entidade pública detentora de Bitcoin no mundo.
Dados-chave e tendências da mineração de Bitcoin em novembro de 2025
Indicadores de rentabilidade do setor
Preço do hash: abaixo de 35 USD / Petahash
Custo médio de produção: 44,8 USD / Petahash
Período de retorno dos miners: superior a 1200 dias
Escala da transição para IA
Proporção dos principais mineradores em IA: 70% (sete das dez maiores mineradoras)
Montante total de financiamento do setor: mais de 6,6 mil milhões de dólares
Valor total de contratos/aquisições de GPUs: mais de 15,5 mil milhões de dólares
Parceria de destaque: acordo IREN-Microsoft de 9,7 mil milhões de dólares por cinco anos
Principais posições de Bitcoin das mineradoras (até final de novembro)
Marathon Digital: 53.250 BTC (cerca de 5,6 mil milhões de dólares)
CleanSpark: 13.054 BTC
Canoo: 6.412 BTC
Bitdeer: 2.233 BTC
Canaan: 1.610 BTC + 3.950 ETH
Outras mineradoras seguem o mesmo caminho. A CleanSpark reportou, a 30 de novembro, a posse de 13.054 BTC, tendo extraído 587 BTC só nesse mês. A Canoo detém 6.412 BTC e assumiu compromisso de longo prazo. A Bitdeer aumentou as reservas para 2.233 BTC após minerar 511 BTC em outubro. Até a Canaan, que aposta tudo na IA, detém um recorde de 1.610 BTC e 3.950 ETH. Este comportamento coletivo de “não-venda” oferece um suporte crucial do lado da oferta ao mercado secundário de Bitcoin numa fase de enorme dificuldade.
A estratégia de acumulação dos mineradores assenta numa lógica de longo prazo bem calibrada. Em primeiro lugar, apostam que o crescimento do valor do Bitcoin superará largamente as dificuldades operacionais atuais, tornando mais atrativo manter do que vender. Segundo, ao deterem grandes quantidades de Bitcoin, alinham os seus interesses de forma mais profunda com a rede Bitcoin, aumentando a correlação entre a sua valorização bolsista e o preço do ativo — podendo atrair investidores à procura dessa exposição. Por fim, numa fase de consolidação do setor, as mineradoras com maiores “munições” (Bitcoin) terão mais capacidade de fusão, aquisição e resistência ao risco, podendo emergir como vencedoras a conquistar quota de mercado.
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Transformação de vida ou morte na mineração de Bitcoin: 70% das principais empresas mineiras passam de “minerar” para “minerar poder computacional”, centenas de milhar de milhões em capital convergem para a IA
Novembro de 2025: a indústria da mineração de Bitcoin enfrenta uma crise histórica de rentabilidade. O preço do hash (Hashprice) da rede caiu abaixo dos 35 dólares/Petahash, enquanto o custo de produção subiu para 44,8 dólares, levando o período de retorno dos equipamentos de mineração a ultrapassar, em média, os 1200 dias. Perante este cenário de sobrevivência, o setor assiste a uma transformação radical: 70% das principais empresas de mineração cotadas já obtêm receitas de infraestruturas de inteligência artificial, tendo o setor angariado mais de 6,6 mil milhões de dólares e assinado contratos de aquisição de GPUs no valor de 15,5 mil milhões de dólares. Entretanto, mineradores como a Marathon Digital (MARA) estão a acumular Bitcoin contra a maré, mantendo posições no valor de 5,6 mil milhões de dólares. Isto marca a transição da mineração de Bitcoin de um mero consumidor de energia para um fornecedor integrado de serviços de computação de alto desempenho.
Lucro em mínimos históricos: dores setoriais sob pressão dos custos e da competição de hashpower
Para os mineradores de Bitcoin, o final do outono de 2025 é especialmente rigoroso. A deterioração de dois indicadores-chave empurrou todo o setor para o limite: por um lado, o principal indicador de receitas — o preço do hash (Hashprice) — quebrou a barreira psicológica dos 35 dólares por Petahash; por outro, o custo médio de produção subiu para 44,8 dólares por Petahash. Isto significa que, para a maioria dos mineradores, cada kWh gasto resulta em prejuízo contabilístico. O efeito imediato é o prolongamento do período de retorno dos equipamentos de mineração para mais de 1200 dias, um modelo de investimento praticamente inviável.
A origem desta crise é multifacetada. Por um lado, o hashpower global atingiu um máximo histórico de 1,1 ZettaHash/s em outubro, diluindo o rendimento por unidade de hash. Por outro, o preço do Bitcoin caiu para cerca de 81.000 dólares em novembro, agravando ainda mais as receitas dos mineradores. O CEO da Marathon Digital (MARA), Fred Thiel, deixou um alerta: se a tendência se mantiver, após o próximo halving do Bitcoin em 2028 (quando a recompensa por bloco cair para cerca de 1,5 BTC), a maioria dos atuais modelos de negócio de mineração entrarão em colapso. Só sobreviverão as empresas com acesso a energia extremamente barata ou que consigam uma transição bem-sucedida para outros negócios de computação, como a IA.
Esta compressão de margens está a desencadear reações em cadeia. Mesmo para as empresas já em transição para a IA, as receitas provenientes dessa área ainda não compensam o colapso das receitas de mineração. O ambiente de financiamento também se deteriorou, com os canais tradicionais de dívida e capital a encolher devido à incerteza do negócio principal. O setor, sob enorme pressão de tesouraria, é forçado a decisões estratégicas críticas de sobrevivência: continuar “All in” em Bitcoin, mudar de rumo ou procurar um caminho de integração?
Aceleração da transição para IA: de “monstro consumidor de energia” a “pilar da computação”
Perante o declínio do negócio principal, assiste-se a uma “migração em massa” de capacidade computacional para a IA nas maiores operações de mineração mundiais. Dados mostram que, das dez maiores mineradoras cotadas, sete já obtêm receitas significativas de serviços de hosting ou computação para IA. Mais atrativo ainda é que o rendimento por megawatt destas operações de hosting de IA já supera em cerca de 50% o da mineração tradicional de Bitcoin. Não se trata apenas de diversificar, mas de reinventar totalmente o modelo de valorização do setor.
A aposta na transição é surpreendente. A Bitfarms anunciou o plano mais agressivo: abandonar completamente a mineração de Bitcoin em dois anos e converter o seu data center em Washington num centro de computação de alto desempenho, com conclusão prevista para dezembro de 2026. O CEO Ben Gagnon afirma que os retornos potenciais deste data center de IA podem superar o total histórico de receitas de mineração da empresa. Isto mostra que para algumas mineradoras, a mineração de Bitcoin deixa de ser o core, tornando-se uma rampa de acesso a serviços de computação de maior valor.
As parcerias atingem uma escala impressionante. A Iris Energy (IREN) celebrou um contrato de cloud computing de GPU com a Microsoft no valor de 9,7 mil milhões de dólares por cinco anos, já com 20% pagos antecipadamente. A empresa planeia instalar as GPUs NVIDIA GB300 nas suas instalações no Texas a partir de 2026. Outro gigante, a Hut 8, vendeu quatro centrais elétricas a gás natural no Canadá (310 MW) para simplificar ativos e focar uma estratégia dual: “mineração de Bitcoin + computação de alto desempenho”. A CleanSpark declarou objetivamente que o seu objetivo é tornar-se uma plataforma integrada para IA e mineração de Bitcoin. A transição deixou de ser uma opção, é uma questão de sobrevivência.
Capital e regulação: reestruturações de mil milhões e polarização política global
O motor desta transformação é o capital em larga escala. Uma vaga de financiamento baseada sobretudo em “notas convertíveis” varreu o setor. A CleanSpark assegurou 1,15 mil milhões de dólares a 0% de juro, a TeraWulf emitiu 1,025 mil milhões de dólares em obrigações convertíveis sem juro. A Cipher Mining emitiu notas seniores garantidas de 1,4 mil milhões de dólares a uma taxa de 7,125%. Iris Energy e Bitfarms também planearam ou completaram emissões de dívida na ordem de vários milhares de milhões. Este capital de longo prazo e baixo custo oferece “munição” vital para a transição das mineradoras.
Paralelamente, o investimento em hardware de IA tornou-se uma verdadeira “corrida ao armamento”. A Iris Energy assinou com a Dell um acordo de 5,8 mil milhões de dólares para aquisição de GPUs NVIDIA GB300. A Cipher Mining expandiu a sua parceria com a Fluidstack e obteve da Google uma garantia de pagamento de 1,73 mil milhões de dólares. Até a fabricante de miners Canaan arrecadou 72 milhões de dólares de investidores como BlackRock Digital Assets e Galaxy Digital para desenvolver computação de alto desempenho e infraestruturas energéticas. Estes contratos e investimentos mostram que o capital tradicional vê nas mineradoras em transição um veículo estratégico para aceder ao mercado de computação para IA.
Enquanto os mercados de capitais fervilham, a regulação global apresenta uma polarização acentuada. Na Malásia, o governo desmantelou cerca de 14.000 operações ilegais de mineração nos últimos cinco anos, com prejuízos de 1,1 mil milhões de dólares para a empresa estatal de eletricidade, levando à criação de uma task force dedicada em novembro. Na Rússia, operadores de redes elétricas introduziram IA em contadores inteligentes para detetar mineração ilegal. Por outro lado, o Japão lançou o primeiro projeto de mineração apoiado por uma empresa pública, visando equilibrar a carga da rede. O Presidente da Bielorrússia, Lukashenko, declarou publicamente que a mineração é uma prioridade nacional de uso de energia, podendo reduzir a dependência do dólar. Este padrão de “incentivo oriental, repressão ocidental” está a redefinir a geografia global do poder computacional.
Acumulação contracíclica: fé de longo prazo dos mineradores como “bancos estratégicos”
Apesar da pressão de tesouraria e da necessidade de transformação, um fenómeno chama a atenção: os principais mineradores cotados não só evitam vender Bitcoin para financiar as operações, como continuam a acumular. Este é o sinal mais direto de confiança no valor de longo prazo do ativo. A Marathon Digital (MARA), líder do setor, detém 53.250 BTC, avaliados em cerca de 5,6 mil milhões de dólares, tornando-se a segunda maior entidade pública detentora de Bitcoin no mundo.
Dados-chave e tendências da mineração de Bitcoin em novembro de 2025
Indicadores de rentabilidade do setor
Preço do hash: abaixo de 35 USD / Petahash
Custo médio de produção: 44,8 USD / Petahash
Período de retorno dos miners: superior a 1200 dias
Escala da transição para IA
Proporção dos principais mineradores em IA: 70% (sete das dez maiores mineradoras)
Montante total de financiamento do setor: mais de 6,6 mil milhões de dólares
Valor total de contratos/aquisições de GPUs: mais de 15,5 mil milhões de dólares
Parceria de destaque: acordo IREN-Microsoft de 9,7 mil milhões de dólares por cinco anos
Principais posições de Bitcoin das mineradoras (até final de novembro)
Marathon Digital: 53.250 BTC (cerca de 5,6 mil milhões de dólares)
CleanSpark: 13.054 BTC
Canoo: 6.412 BTC
Bitdeer: 2.233 BTC
Canaan: 1.610 BTC + 3.950 ETH
Outras mineradoras seguem o mesmo caminho. A CleanSpark reportou, a 30 de novembro, a posse de 13.054 BTC, tendo extraído 587 BTC só nesse mês. A Canoo detém 6.412 BTC e assumiu compromisso de longo prazo. A Bitdeer aumentou as reservas para 2.233 BTC após minerar 511 BTC em outubro. Até a Canaan, que aposta tudo na IA, detém um recorde de 1.610 BTC e 3.950 ETH. Este comportamento coletivo de “não-venda” oferece um suporte crucial do lado da oferta ao mercado secundário de Bitcoin numa fase de enorme dificuldade.
A estratégia de acumulação dos mineradores assenta numa lógica de longo prazo bem calibrada. Em primeiro lugar, apostam que o crescimento do valor do Bitcoin superará largamente as dificuldades operacionais atuais, tornando mais atrativo manter do que vender. Segundo, ao deterem grandes quantidades de Bitcoin, alinham os seus interesses de forma mais profunda com a rede Bitcoin, aumentando a correlação entre a sua valorização bolsista e o preço do ativo — podendo atrair investidores à procura dessa exposição. Por fim, numa fase de consolidação do setor, as mineradoras com maiores “munições” (Bitcoin) terão mais capacidade de fusão, aquisição e resistência ao risco, podendo emergir como vencedoras a conquistar quota de mercado.