No quarto trimestre de 2025, o mercado norte-americano foi palco de uma onda inédita de lançamentos de ETFs de altcoins, com diversos ETFs spot de ativo único aprovados e listados em sequência acelerada—um evento de “emissão em lote” sem precedentes para o setor de criptoativos. A bem-sucedida estreia dos ETFs spot de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) não só abriu espaço para investidores institucionais alocarem ativos digitais de forma regulamentada, como também definiu um modelo claro de aprovação regulatória e de desenvolvimento de produto, impulsionando diretamente o registro em massa e o lançamento dos ETFs de altcoins.
Com a U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) aprimorando o processo de aprovação dos ETFs cripto, e gestores de ativos e participantes de mercado se reposicionando estrategicamente, o quarto trimestre de 2025 tornou-se um marco para o avanço dos ETFs de altcoins. ETFs de XRP, SOL, DOGE, LTC, HBAR e LINK já chegaram às bolsas, enquanto a próxima leva—including AVAX e AAVE—avança rapidamente. A expansão veloz dos ETFs de altcoins evidencia a institucionalização acelerada do mercado cripto, marcando a transição dos produtos de “domínio de ativos centrais” para uma maturidade mais diversificada e segmentada.
Nesse cenário, este artigo revisa o desenvolvimento dos ETFs de altcoins, analisando o efeito demonstrativo dos ETFs de Bitcoin e Ethereum, o boom das listagens em lote e o pipeline de pedidos pendentes de ETFs de altcoins. Avaliamos fluxos de capital, volume de negociação, AUM e desempenho de preços dos ETFs já listados. A partir disso, discutimos oportunidades e riscos dos ETFs de altcoins e apontamos tendências futuras, com o objetivo de oferecer uma visão setorial estruturada, lógica e prática para investidores institucionais e de varejo que buscam navegar neste segmento emergente.
Nos últimos anos, a aprovação dos ETFs spot de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) nos EUA foi o maior marco para aproximar ativos digitais das finanças tradicionais. O lançamento do ETF de Bitcoin gerou grandes aportes institucionais em pouco tempo, ampliando a participação de mercado. O ETF de Ethereum veio na sequência, permitindo acesso regulamentado tanto para instituições quanto para o investidor de varejo.
Esse “efeito porta de entrada” mudou de forma estrutural a dinâmica do mercado: a tolerância ao risco dos investidores aumentou, instituições se tornaram mais motivadas a alocar ativos digitais, gestores de ativos ampliaram portfólio e reguladores ganharam experiência e confiança no processo de aprovação. Como consequência, surgiu uma onda de pedidos de ETFs de altcoins, com diversos gestores lançando ETFs de ativo único e multiativo para XRP, DOGE, LTC, HBAR, SUI e LINK.

Fonte: https://x.com/Minh_BNB10000/status/1999307817430462471?s=20
Outro fator-chave foi a evolução regulatória incremental da SEC. Em setembro de 2025, a SEC adotou oficialmente os novos “Generic Listing Standards for Commodity Trust Shares”, estabelecendo critérios de acesso mais claros para ETFs de ativos digitais e reduzindo drasticamente o tempo de aprovação—de aproximadamente 240 dias para apenas 60–75 dias. Essa estrutura regula o crescimento dos pedidos em lote e das listagens concentradas de ETFs de altcoins.
Adicionalmente, o shutdown do governo dos EUA em novembro de 2025 gerou uma brecha regulatória temporária. Sob certas regras (como a Seção 8(a) do Securities Act de 1933), alguns registros de fundos sem cláusulas de atraso podem entrar em vigor automaticamente, criando um “canal silencioso de aprovação” para listagens rápidas. Esses fatores juntos catalisaram a recente onda de lançamentos em massa de ETFs de altcoins.
Desde o segundo semestre de 2025, o ritmo de aprovação e listagem dos ETFs de altcoins nos EUA ganhou velocidade, evidenciando o padrão de “fila de listagem” e aprovações progressivas em lote.
Além dos ETFs já listados, muitos outros permanecem sob análise da SEC, com registros ativos impulsionando a próxima fase de atenção do mercado.
Principais ativos em análise:
No geral, as aprovações de ETFs de altcoins nos EUA devem permanecer intensas nos próximos 6–12 meses. Os ETFs atuais de XRP, SOL, DOGE, LTC, HBAR e LINK são apenas a primeira onda, com muitos outros ativos em pipeline, consolidando uma tendência sistemática de desenvolvimento de mercado.
A estreia dos ETFs spot de altcoins tornou-se foco central do mercado cripto. Enquanto o sentimento geral segue fraco para ativos mainstream, diversos ETFs de altcoins continuam atraindo fluxos relevantes de capital.

Fonte: https://sosovalue.com/assets/etf
O ETF spot de XRP foi emitido por diversos gestores, entre eles Canary Capital, Grayscale, Franklin Templeton e Bitwise. É um dos ETFs de altcoins mais amplamente emitidos e com maior atividade institucional.
Desde o lançamento, os ETFs de XRP demonstram forte atração de capital, com entradas líquidas acumuladas próximas de US$970 milhões e AUM superior a US$929 milhões. Desde a estreia em 13 de novembro, foram registradas entradas líquidas em múltiplos dias consecutivos, totalizando cerca de US$756 milhões nos últimos 11 pregões.
Os ETFs de XRP figuram entre os produtos de altcoins mais populares, sendo o “ponto de entrada preferencial” para instituições que buscam exposição ao segmento, graças à multiplicidade de emissores, robustez dos aportes e elevado AUM.

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O ETF de Solana foi lançado em conjunto por diversos gestores. Desde a listagem, acumulou entradas líquidas de cerca de US$672 milhões, com AUM próximo de US$928 milhões—colocando-o entre os maiores ETFs de altcoins e como referência em absorção de capital.
Diferente do XRP, os aportes nos ETFs de Solana foram mais escalonados: grande volume inicial no primeiro dia, seguido de ritmo mais estável e menos explosivo. Isso indica foco dos investidores em posicionamento de longo prazo, não em operações especulativas.
O desempenho do ETF de Solana destaca o potencial dos ETFs de altcoins para atração institucional e reflete uma tendência de “posicionamento paciente”. Embora seu porte lidere entre os pares, o descolamento entre preço e entradas aponta para riscos de volatilidade de curto prazo.

Fonte: https://sosovalue.com/assets/etf
O ETF de Hedera (HBAR) também entrou no mercado de negociação e atraiu atenção. Os ETFs iniciais de HBAR captaram cerca de US$82 milhões em entradas líquidas, sendo produtos de porte médio. Comparado a XRP e SOL, a base de capital de HBAR é menor.
Os ETFs de HBAR apresentam entradas líquidas semanais contínuas, com movimentação estável e sem grandes saídas, mesmo em semanas de menor volume. Essa estabilidade está ligada ao ecossistema e aos casos de uso. No entanto, desde a listagem, o preço de HBAR caiu quase 20%, refletindo a fraqueza do mercado cripto mais amplo.

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LTC (Litecoin), uma das primeiras altcoins, teve seu ETF spot lançado por Canary Capital e outros no fim de outubro de 2025, figurando entre os primeiros ETFs de altcoins aprovados. Apesar do status legado e da negociação ativa, o ETF atraiu bem menos capital e atenção que os ETFs de altcoins de primeira linha, como XRP e SOL.
Segundo dados da SoSoValue, até meados de novembro de 2025, o ETF de LTC (LTCC) acumulava entradas líquidas de cerca de US$7,67 milhões. Diversos dias registraram zero entrada. Comparado aos centenas de milhões dos ETFs de XRP e dezenas a centenas de milhões dos ETFs de SOL, o fluxo de capital do LTC é fraco, não sendo uma posição central para investidores de ETFs de altcoins.

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DOGE (Dogecoin) é uma das memecoins mais emblemáticas, há muito considerada um ativo movido pela comunidade. Com a aprovação da SEC em novembro de 2025 para Rex-Osprey e outros listarem ETFs de DOGE, a moeda tornou-se um dos primeiros e mais simbólicos ETFs de memecoin.
Segundo a SoSoValue, os ETFs spot de DOGE acumularam cerca de US$2,05 milhões em entradas líquidas, refletindo alocação de capital bastante limitada. A atividade de negociação também é tímida, com poucos milhões de dólares em volume no primeiro dia e fluxos geralmente escassos e irregulares depois. Isso sugere cautela institucional quanto à exposição profunda aos ETFs de DOGE.

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O primeiro ETF spot dos EUA para LINK (Chainlink), o Grayscale Chainlink Trust ETF (GLNK), foi listado na NYSE em 2 de dezembro de 2024. Desde o lançamento, o ETF de LINK captou cerca de US$52 milhões em entradas líquidas, com AUM em US$76 milhões. O papel da Chainlink na infraestrutura de dados blockchain atraiu algumas alocações institucionais de longo prazo ao ETF.
Embora o desempenho de preço do LINK permaneça ligado às oscilações do mercado mais amplo, os aportes no ETF podem fornecer base estável de demanda daqui em diante.
O desempenho desses ETFs revela clara “divergência” no mercado de ETFs spot de altcoins nos EUA:
Em resumo, embora os ETFs de altcoins ainda não alcancem a profundidade e escala dos ETFs de BTC/ETH, já mostram tendências de alocação mais segmentada, entradas de longo prazo e maior participação institucional—preparando o terreno para uma nova era de investimento institucionalizado no setor de altcoins.
Com a rápida aprovação e lançamento sucessivo dos ETFs spot de altcoins nos EUA, o mercado entra em nova fase de investimento institucionalizado. Embora ainda estejam atrás dos ETFs de Bitcoin e Ethereum em escala, seu potencial de crescimento e efeito demonstrativo são relevantes.
1) Impulso regulatório: O sucesso dos ETFs spot de Bitcoin e Ethereum abriu caminho regulamentado para produtos de altcoins. Em 2025, a SEC revisou padrões de listagem de ETFs e introduziu mecanismos como o “fast track” e a Seção 8(a) do Securities Act de 1933, permitindo que ETFs de altcoins cheguem às bolsas de forma mais eficiente—agilizando aprovações, ampliando a diversidade de produtos e reduzindo barreiras de entrada institucional.
2) Realocação de capital institucional: Dados de novembro de 2025 mostram que, enquanto ETFs spot de Bitcoin e Ethereum registraram grandes saídas, ETFs de altcoins atraíram cerca de US$1,3 bilhão em entradas líquidas, principalmente em produtos de XRP e Solana. Isso indica que instituições estão reavaliando alocação em altcoins. Importante notar que esses fluxos refletem busca seletiva por fundamentos, compliance e valor de ecossistema—não apenas sentimento de mercado. Por exemplo:
Essa rotação de BTC/ETH para ETFs de altcoins mostra que a aceitação institucional dos altcoins como ativos de valor de longo prazo está crescendo.
3) ETFs como acesso regulamentado para varejo e instituições: ETFs de altcoins oferecem ao investidor de varejo uma forma simplificada de acessar ativos on-chain—sem necessidade de carteira ou chave privada, sem dependência de exchanges centralizadas e com risco mais controlável que a autocustódia. Para instituições, ETFs são instrumentos maduros e regulamentados, adequados para fundos de pensão, hedge funds e carteiras de gestão de patrimônio, ampliando a base de capital.
ETFs também aumentam a transparência e visibilidade do setor, tornando o investimento em altcoins acessível por veículos financeiros tradicionais, em vez de depender apenas de negociação descentralizada ou liquidez OTC.
Apesar das oportunidades, ETFs de altcoins enfrentam riscos significativos—desde características dos ativos até ambiente macro e regulatório.
1) Incerteza regulatória: Embora os processos de aprovação tenham evoluído, a SEC mantém cautela elevada com ETFs de altcoins. Status legal, classificação e requisitos de compliance em constante mudança podem afetar operações e liquidez dos ETFs. A definição da SEC sobre status do ativo (security vs. commodity) é ponto crítico, e qualquer reversão de política ou decisão judicial pode exigir ajustes ou deslistagem. Aprovações rápidas por “default effectiveness” também geram preocupações, pois alguns produtos podem demandar aprimoramentos pós-listagem—criando incerteza de preço e alocação.
2) Riscos de profundidade de mercado e liquidez: Diferentemente de BTC e ETH, muitos altcoins não possuem liquidez profunda. Grandes entradas em ETFs podem movimentar o mercado, enquanto resgates em períodos de baixa podem agravar o estresse de liquidez. Por exemplo, ETFs de Solana atraíram fortes aportes mas enfrentam pressão de preço, mostrando que a precificação dos altcoins depende de mais fatores que apenas fluxo de capital—sentimento de mercado e liquidez são cruciais. Para altcoins menores como DOGE e LTC, aportes fracos significam profundidade insuficiente para grandes operações institucionais, elevando risco de slippage em mercados voláteis.
3) Saturação de mercado e competição entre produtos: Com o aumento do número de ETFs de altcoins, o capital tende a se dispersar, limitando escala e impacto de cada ETF. Mais de 100 pedidos de ETFs cripto aguardam análise na SEC, e o universo crescente de ativos dilui o foco do investidor. Se a oferta excessiva e a “guerra de taxas” se tornarem comuns, taxas menores podem atrair fluxos em detrimento da qualidade do produto—prejudicando o investidor de longo prazo.
4) Alta volatilidade e risco de preço: Altcoins são naturalmente mais voláteis que BTC/ETH, de modo que, mesmo com ETFs oferecendo acesso regulamentado, os preços podem oscilar fortemente. Como visto, aportes em ETFs não garantem valorização. Sentimento macro, restrição de liquidez e liquidações forçadas podem provocar quedas acentuadas, desafiando perfis de menor risco. ETFs com predominância de varejo são especialmente vulneráveis a oscilações de sentimento e comportamento irracional amplificado.
5) Riscos técnicos e operacionais: ETFs dependem de custódia em bolsa, clearing e segurança dos ativos subjacentes. Riscos de contratos inteligentes dos altcoins, problemas de custódia em exchanges e risco de “livro de ordens zumbi” (spreads ampliados por baixa atividade) podem ameaçar operações dos ETFs. Para altcoins menores, o “efeito ilha de negociação” pode surgir se o crescimento do ETF desacelerar, expondo rapidamente esses riscos.
Olhando à frente, os ETFs de altcoins continuarão a moldar o mercado de ativos digitais. Com ventos regulatórios favoráveis, ambiente de compliance mais claro e crescente interesse institucional, esse segmento evolui da fase inicial para a maturidade.
Ainda assim, ETFs de altcoins carregam riscos cíclicos e estruturais. Mudanças regulatórias, oscilações de liquidez e fatores macroeconômicos podem gerar divergências de ativos. Investidores devem priorizar gestão de risco e ajustes dinâmicos de portfólio, monitorando políticas, sentimento e fluxos de capital.
Em síntese, os ETFs de altcoins são resultado natural da convergência entre finanças tradicionais e mercados cripto, alinhando-se à segmentação de mercado e à adaptação regulatória. Até meados de 2026, com maior experiência regulatória e processos de aprovação mais eficientes, espera-se o lançamento de dezenas a mais de cem ETFs de altcoins, de mais de uma dezena de gestores, formando um ecossistema de ETFs mais maduro, diversificado e segmentado. Para o investidor de varejo, isso significa canais de investimento mais regulamentados e convenientes, com o mercado cripto entrando em nova era de institucionalização, diversificação e profissionalização. A onda dos ETFs de altcoins já está em curso—o futuro trará oportunidades e riscos, e o essencial é participação racional e construção estratégica de portfólio.
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