Os dados no Polymarket explodiram recentemente — a probabilidade de um corte de 25 pontos base nas taxas em dezembro disparou diretamente para 93%, enquanto os que apostam na manutenção das taxas ficaram reduzidos a apenas 8%.

Esta plataforma de previsões não é um clube de economistas a mandar bitaites, é um campo de batalha onde se combate com dinheiro real. Quando os traders de todo o mundo votam com a carteira, esse consenso costuma ser mais perspicaz do que qualquer relatório. O que significa 93%? Basicamente, é do tipo “seria estranho se não cortassem”.

Porque é que o mercado de repente está tão convicto? Os dados da inflação estão mesmo a arrefecer, o crescimento económico começa a dar sinais de fraqueza, e a postura hawkish da Fed já se arrasta há tanto tempo que mais cedo ou mais tarde terão de recuar. Mas, será que esta expectativa quase unânime é mesmo fiável?

Se olharmos para os últimos ciclos, o sentimento de mercado costuma virar de forma dramática nos momentos críticos. O ano passado ainda havia quem apostasse em “subidas de taxas para sempre” — e o que aconteceu? Agora todos apostam no corte, será mais uma festa para acabar mal?

Se o corte nas taxas realmente vier aí, é quase certo que a liquidez vai regressar. As bolsas vão animar, e o mercado cripto provavelmente também — moedas mainstream como ETH são sempre sensíveis ao macro. Mas não nos esqueçamos: corte nas taxas não é sinónimo de bull market, apenas torna o ambiente um pouco mais favorável. O verdadeiro movimento depende de para onde vai o capital: será uma retoma do DeFi ou os Meme coins vão continuar a sugar tudo?

Outro ponto interessante: as finanças tradicionais e os dados on-chain estão cada vez mais entrelaçados. Antigamente, quando a Fed se reunia, o mercado cripto mal mexia; agora é diferente, as expectativas políticas afetam diretamente a lógica de avaliação dos ativos on-chain. Esse aumento da correlação é ao mesmo tempo uma oportunidade e um risco.

Então, estes 93% de apostas são sinal de visão ou de seguidismo? A noite antes do corte é altura de entrar ou uma armadilha para os otimistas?