Recentemente ouvi dizer que o G7 e a União Europeia estão a conspirar algo grande — preparam-se para proibir totalmente os serviços de exportação marítima de petróleo da Rússia. Se isto avançar, o mercado energético global vai certamente enfrentar grandes turbulências.
Vamos rever o contexto. Anteriormente, os países ocidentais impuseram um “teto de preço” ao petróleo russo, mas a Rússia, longe de ser ingénua, criou uma “frota sombra” com cerca de 350 navios para contornar as restrições e vender petróleo a compradores como a China e a Índia. Esta nova proibição visa cortar essa rota de vez. É importante lembrar que um terço das exportações russas de petróleo dependem de petroleiros e serviços marítimos ocidentais, especialmente das frotas da Grécia e de Malta pertencentes à UE. Assim que a proibição entrar em vigor, este comércio será interrompido imediatamente.
O aumento do preço do petróleo é praticamente garantido. As exportações marítimas de crude da Rússia representam 14% do mercado global — não é pouca coisa. Se houver um desequilíbrio entre oferta e procura, o preço do Brent pode facilmente disparar para 120 dólares por barril. Além disso, os custos de transporte marítimo vão aumentar devido a rotas mais longas e ao disparo dos prémios de seguro, e todos esses custos acabarão por ser passados para o consumidor final, o que vai trazer uma nova vaga de pressão inflacionista.
Os países consumidores serão os mais afetados. Na Índia, a pressão vai ser enorme — cerca de 40% das suas importações de petróleo vêm da Rússia e dependem fortemente do transporte marítimo. Com a proibição, os custos de importação vão disparar. A China ainda consegue amortecer um pouco o impacto com transporte por oleoduto, mas o aumento geral dos preços não lhe vai passar ao lado.
Do lado russo, as coisas também não vão correr bem. As exportações de energia correspondem a 45% das receitas fiscais do país; se o transporte marítimo for bloqueado, a Rússia pode ser forçada a expandir ainda mais a sua “frota sombra”. O problema é que, com navios cada vez mais antigos, os riscos de segurança e de cumprimento das normas aumentam, tornando esta solução insustentável a longo prazo.
Quando há movimentos geopolíticos, o sector energético é o primeiro a vacilar e os ativos seguem a tendência — o impacto desta ronda de jogos políticos poderá ser muito mais profundo do que parece à primeira vista.
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ForumMiningMaster
· 12-05 17:49
Aqui vêm eles a cortar mais uma vez, sempre que o preço do petróleo sobe, as moedas de energia disparam. Está na hora de comprar na baixa.
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OnchainGossiper
· 12-05 17:31
Mais uma ronda de drama energético, desta vez é mesmo para deitar o mercado abaixo.
Este esquema da frota fantasma já devia ter sido bloqueado há muito, o problema é: quem é que vai pagar a conta?
Se o Brent disparar mesmo para 120, as minhas taxas de gas também vão decolar.
A Índia é quem mais sofre nesta, 40% depende do petróleo russo... Por falar nisso, isto também confirma indiretamente a necessidade da descentralização.
A questão é que, a longo prazo, ninguém sai vencedor deste jogo.
Com os preços do petróleo nas alturas, como é que o mundo das blockchains pode ficar de fora? Vem aí trabalho para implementação multi-chain.
Espera lá, será que esta proibição consegue mesmo ser aplicada? A frota é difícil de rastrear.
No fundo, isto é só mais uma jogada da geopolítica, nós, pequenos investidores on-chain, só podemos deitar-nos e ver o espetáculo.
Recentemente ouvi dizer que o G7 e a União Europeia estão a conspirar algo grande — preparam-se para proibir totalmente os serviços de exportação marítima de petróleo da Rússia. Se isto avançar, o mercado energético global vai certamente enfrentar grandes turbulências.
Vamos rever o contexto. Anteriormente, os países ocidentais impuseram um “teto de preço” ao petróleo russo, mas a Rússia, longe de ser ingénua, criou uma “frota sombra” com cerca de 350 navios para contornar as restrições e vender petróleo a compradores como a China e a Índia. Esta nova proibição visa cortar essa rota de vez. É importante lembrar que um terço das exportações russas de petróleo dependem de petroleiros e serviços marítimos ocidentais, especialmente das frotas da Grécia e de Malta pertencentes à UE. Assim que a proibição entrar em vigor, este comércio será interrompido imediatamente.
O aumento do preço do petróleo é praticamente garantido. As exportações marítimas de crude da Rússia representam 14% do mercado global — não é pouca coisa. Se houver um desequilíbrio entre oferta e procura, o preço do Brent pode facilmente disparar para 120 dólares por barril. Além disso, os custos de transporte marítimo vão aumentar devido a rotas mais longas e ao disparo dos prémios de seguro, e todos esses custos acabarão por ser passados para o consumidor final, o que vai trazer uma nova vaga de pressão inflacionista.
Os países consumidores serão os mais afetados. Na Índia, a pressão vai ser enorme — cerca de 40% das suas importações de petróleo vêm da Rússia e dependem fortemente do transporte marítimo. Com a proibição, os custos de importação vão disparar. A China ainda consegue amortecer um pouco o impacto com transporte por oleoduto, mas o aumento geral dos preços não lhe vai passar ao lado.
Do lado russo, as coisas também não vão correr bem. As exportações de energia correspondem a 45% das receitas fiscais do país; se o transporte marítimo for bloqueado, a Rússia pode ser forçada a expandir ainda mais a sua “frota sombra”. O problema é que, com navios cada vez mais antigos, os riscos de segurança e de cumprimento das normas aumentam, tornando esta solução insustentável a longo prazo.
Quando há movimentos geopolíticos, o sector energético é o primeiro a vacilar e os ativos seguem a tendência — o impacto desta ronda de jogos políticos poderá ser muito mais profundo do que parece à primeira vista.