A queda de ontem à noite, para além da questão dos dados do desemprego, teve uma razão ainda mais direta — os mineiros começaram a não aguentar mais.

O relatório da Morgan Stanley foi bastante claro: muitos centros de mineração estão a vender moedas para recuperar liquidez. Porquê? Basta fazer as contas para perceber. O preço da eletricidade disparou, mas o preço das moedas não acompanhou o ritmo, e o que se mina já não chega para pagar a energia. Aqueles centros de mineração que já tinham custos altos estão agora cada vez mais no vermelho — se não venderem moedas, o que podem fazer? É como gerir um restaurante em que o custo dos ingredientes é superior ao preço de venda: mais cedo ou mais tarde, vai-se à falência.

O que é que isto significa para o mercado?

A curto prazo, com os mineiros a venderem continuamente, a pressão vendedora vai manter-se. O preço pode ainda oscilar durante algum tempo. Mas não é caso para pânico — não sigas todos os rumores.

Vendo de outra forma: os jogadores com custos altos a sair é o mercado a fazer uma “limpeza”, a tirar o excesso, e o que fica é mais sólido. Além disso, as grandes instituições e os grandes investidores continuam firmes, sinal de que a lógica de longo prazo não se quebrou. Na verdade, quando o preço cai, é a janela para as pessoas comuns conseguirem comprar — claro, sem apostar tudo de uma vez.

Alguns conselhos práticos:

Não te deixes levar pelas notícias. Se entras em pânico nas quedas ou corres atrás nas subidas, acabas sempre a perder. Mantém a posição que estás disposto a segurar a longo prazo; se cair muito, podes reforçar um pouco, se subir muito, não sejas ganancioso.

No fundo, este mercado nunca falta em volatilidade, falta é autodisciplina. A venda dos mineiros é apenas um episódio passageiro — quem souber aguentar, é quem vai sorrir no fim.