Ainda te lembras da época em que bastava ler o whitepaper e contar a atividade da comunidade para prever o preço de uma moeda? Essa era já não volta mais.

Hoje em dia, o jogo no mundo cripto mudou por completo. Passas a noite a acompanhar as atualizações técnicas de um projeto, e no dia seguinte o preço da moeda desaba — não porque o código teve um bug, mas porque do outro lado do Atlântico saiu um dado do CPI. Esta é a realidade atual: o destino do Bitcoin está, provavelmente, mais nas mãos da Reserva Federal dos EUA do que na lógica do código do Satoshi Nakamoto.

Este fenómeno tem um nome técnico — “tokenização à la bolsa americana”. Parece académico? Mas os dados não mentem.

Desde 2020, o desempenho do Bitcoin e do índice Nasdaq 100 parecem gémeos. O coeficiente de correlação entre ambos mantém-se acima de 0,5 durante muito tempo, e em picos chega a 0,8. Traduzido por miúdos: mais de metade da variação do preço do Bitcoin pode ser explicada pelas oscilações das ações tecnológicas. Pensa bem, um ativo que se diz “descentralizado”…