O que Mudou Realmente com a Atualização Fusaka do Ethereum

Fonte: CryptoNewsNet Título Original: O que mudou realmente com a atualização Fusaka da Ethereum Link Original: A Ethereum acabou de concluir a atualização Fusaka, um hard fork desenhado para preparar a rede para uma utilização mais ampla e económica. Embora técnica no papel, a mudança afeta as funções centrais da Ethereum — como os dados são armazenados, como as transações se encaixam nos blocos e como Rollups como Arbitrum, Base e Optimism interagem com a cadeia principal.

Para quem detém ETH, esta atualização estabelece as bases para taxas mais baixas, melhor eficiência da rede e um ecossistema mais resiliente a longo prazo.

Uma Rede Maior com Mais Espaço para Respirar

A maior mudança ocorreu na forma como a Ethereum lida com os dados.

Cada transação, cunhagem de NFT, troca DeFi ou lote de Layer-2 precisa de espaço em bloco, e até agora, esse espaço era limitado. O Fusaka aumenta a capacidade da Ethereum para que os blocos possam transportar mais informação de uma só vez.

13 Propostas de Melhoria da Ethereum (EIPs) estão agora ativas na Mainnet.

Isto não torna a cadeia instantaneamente mais rápida, mas remove pressão quando a procura dispara, como durante a volatilidade do mercado ou lançamentos populares de tokens.

Em termos simples, a Ethereum pode absorver mais atividade sem dificuldades.

Rollups Mais Baratos com Capacidade de Blob Expandida

Uma grande parte do tráfego atual da Ethereum provém dos Rollups. Estas redes agrupam milhares de transações de utilizadores e liquidam-nas na Ethereum como dados comprimidos chamados “blobs”.

Antes do Fusaka, o espaço para blobs era limitado. Quando a procura aumentava, as taxas subiam. O Fusaka expande o espaço disponível para submissão de blobs e introduz um sistema flexível para aumentar ou diminuir a capacidade sem necessidade de uma atualização completa.

À medida que os rollups aumentam de escala neste novo espaço, os utilizadores deverão experienciar custos de transação mais baixos e uma atividade de aplicações mais fluida.

O objetivo final é simples: mais transações, menos fricção.

PeerDAS: Uma Forma Mais Simples de Verificar Dados

Outra grande melhoria é a forma como os nós da Ethereum verificam dados. Anteriormente, os nós tinham de descarregar grandes secções de dados de blocos para confirmar que nada estava em falta ou escondido.

O Fusaka introduz o PeerDAS, um sistema que verifica pequenas partes aleatórias de dados em vez de todo o conteúdo.

Funciona como inspecionar um armazém abrindo algumas caixas aleatórias em vez de verificar todas as existentes.

O PeerDAS no Fusaka é significativo porque é literalmente sharding. A Ethereum está a chegar a consenso sobre blocos sem exigir que qualquer nó veja mais do que uma fração mínima dos dados. E isto é robusto a ataques de 51% – é verificação probabilística no lado do cliente.

Isto reduz os requisitos de largura de banda e armazenamento para validadores e operadores de nós, tornando mais fácil — e barato — para mais pessoas gerirem infraestrutura.

Uma base de validadores mais ampla reforça a descentralização, o que, em última análise, fortalece a segurança e resiliência da Ethereum.

Maior Capacidade de Bloco Significa Mais Throughput

A par do aumento de capacidade, o Fusaka também eleva o limite de gás por bloco. Um limite mais alto significa que mais trabalho pode caber em cada bloco, permitindo que mais transações e chamadas de contratos inteligentes sejam liquidadas sem atrasos.

Não aumenta a velocidade dos blocos, mas aumenta o throughput. A atividade DeFi, leilões de NFT e trading de alta frequência terão mais espaço para operar nas horas de pico.

Melhor Suporte a Carteiras e Futuras Melhorias de UX

O Fusaka inclui também melhorias à criptografia e à máquina virtual da Ethereum. A atualização adiciona suporte para assinaturas P-256, utilizadas em sistemas modernos de autenticação, incluindo aqueles por detrás do login sem password em smartphones e dispositivos biométricos.

Isto abre caminho a futuras carteiras que funcionam mais como o Apple Pay ou Google Passkeys, em vez de aplicações baseadas em seed phrase. Com o tempo, isto poderá simplificar o acesso à Ethereum para utilizadores mainstream.

A Ethereum está prestes a melhorar significativamente a experiência de utilização das carteiras. A atualização Fusaka inclui o EIP-7951 – suporte para o esquema de assinatura que utiliza autenticação biométrica. Ou seja, em breve poderá assinar transações com o seu rosto. Isto é uma grande vitória para trazer pessoas comuns para on-chain.

O que o Fusaka Significa para Detentores de ETH

O impacto para detentores de ETH é gradual, mas significativo. As taxas nas redes Layer-2 deverão reduzir-se à medida que a capacidade de dados aumenta. A congestão da rede deverá tornar-se menos comum. Mais validadores poderão participar devido ao menor requisito de hardware.

Mais importante ainda, a Ethereum tem agora espaço para crescer sem sacrificar segurança ou descentralização. Se a adoção aumentar, o volume de liquidação cresce com ela — e também o papel do ETH enquanto ativo que alimenta, assegura e liquida tudo em cima da rede.

O ETH está a consolidar-se em torno de níveis de suporte importantes. O fim do aperto quantitativo e anúncios económicos-chave juntamente com a atualização Fusaka podem provocar movimentos de preço interessantes nas próximas semanas.

Uma Atualização Fundamental, Não um Evento Chamativo

O Fusaka não reescreve a economia da Ethereum nem torna o ETH subitamente deflacionário, mas reforça a fundação de que depende a procura futura. Taxas mais baixas para rollups incentivam a utilização.

Uma camada base mais escalável atrai programadores. Um ambiente de nós mais acessível convida à participação. Estas são melhorias estruturais, que pouco mudam num dia, mas transformam a rede ao longo do tempo.

A Ethereum alargou a autoestrada, melhorou o sistema de portagens e facilitou a entrada de novos condutores. Esse é o verdadeiro significado de Fusaka — uma mudança silenciosa com peso a longo prazo.

À medida que as redes Layer-2 se expandem e as aplicações se multiplicam, os efeitos devem passar da discussão técnica para a experiência do utilizador, custo de transação e, em última análise, para o próprio valor do ETH.